domingo, 18 de janeiro de 2015

JE NE SUIS PAS CHARLIE... EU NÃO SOU CHARLIE.

 Ilustração de Sam Island, no New York Times


Eu sou contra: o terrorismo, a discriminação e o preconceito.  A França conta hoje com 6,2 milhões de muçulmanos, na maioria  imigrantes de ex-colônias francesas. São pobres, mão de obra barata, constantemente vítimas de exclusões  e preconceitos. Em 2012 o relatório da Anistia Internacional incluiu a França como uma nação que incentiva o preconceito contra árabes e mulçumanos. Além de ser proibido o uso da “burka”, não se pode construir mesquitas e nem demonstrar sua fé publicamente. Onde está a liberdade que este país tanto proclama? Sou contra a violência empregada aos jornalistas e chargistas da revista Charlie Hebdo. Trata-se de um ato bárbaro e que deve ser repudiado e punido. Mas não vamos aqui fechar os olhos para o que vem acontecendo nesta dura realidade institucional, e não somente na caricatura, que é o desprezo à fé islâmica. Esta revista vem publicando mentiras e ofendendo muçulmanos e árabes, pintando-os – todos –  como terroristas e intransigentes.  Deviam ser fuzilados os artistas jornalistas? Não, claro que não. Mas certamente deveriam pagar indenizações  pelos absurdos que publicaram, ou a revista deveria oferecer o sagrado e democrático direito de resposta. Agora o que vem acontecendo? Uma onda repressiva e popular,  contra o terrorismo que radicalmente pois no chão o  World Trade Center. Isto será a salvação da sociedade estadunidense, que sempre precisou de guerras para aquecer sua economia decadente, mas sempre opressora.

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