Ilustração de Sam Island, no New York Times
Eu sou contra: o terrorismo,
a discriminação e o preconceito. A
França conta hoje com 6,2 milhões de muçulmanos, na maioria imigrantes de ex-colônias francesas. São
pobres, mão de obra barata, constantemente vítimas de exclusões e preconceitos. Em 2012 o relatório da
Anistia Internacional incluiu a França como uma nação que incentiva o
preconceito contra árabes e mulçumanos. Além de ser proibido o uso da “burka”,
não se pode construir mesquitas e nem demonstrar sua fé publicamente. Onde está
a liberdade que este país tanto proclama? Sou contra a violência empregada aos
jornalistas e chargistas da revista Charlie Hebdo. Trata-se de um ato bárbaro e
que deve ser repudiado e punido. Mas não vamos aqui fechar os olhos para o que
vem acontecendo nesta dura realidade institucional, e não somente na
caricatura, que é o desprezo à fé islâmica. Esta revista vem publicando
mentiras e ofendendo muçulmanos e árabes, pintando-os – todos – como terroristas e intransigentes. Deviam ser fuzilados os artistas jornalistas?
Não, claro que não. Mas certamente deveriam pagar indenizações pelos absurdos que publicaram, ou a revista
deveria oferecer o sagrado e democrático direito de resposta. Agora o que vem
acontecendo? Uma onda repressiva e popular,
contra o terrorismo que radicalmente pois no chão o World Trade Center. Isto será a salvação da
sociedade estadunidense, que sempre precisou de guerras para aquecer sua
economia decadente, mas sempre opressora.
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